sexta-feira, 28 de setembro de 2012

Pesquisa Datafolha

27/09/2012 - 18:05  - Do Blog do Josias de Souza

Datafolha: Russomano cai de 35% para 30% e Serra continua à frente de Haddad: 22% a 18%


          O Datafolha fechou nova pesquisa sobre a corrida pela prefeitura de São Paulo. Revela que o líder Celso Russomanno caiu cinco pontos percentuais. Em sondagem divulgada no dia 20, tinha 35%. Agora, amealha 30%.
José Serra (PSDB) oscilou um ponto para cima. Foi de 21% para 22%. Aparece à frente de Fernando Haddad (PT), que oscilou três pontos percentuais para o alto, de 15% para 18%.
          O blog apurou que a margem de erro da pesquisa é de dois pontos percentuais para mais ou para menos. Significa dizer que Serra e Haddad continuam disputando o segundo lugar estatisticamente empatados.
O empate se dá nos dois extremos da margem de erro. No seu melhor cenário, Haddad teria, no topo da margem, 20%. No seu pior cenário, Serra teria, no piso da margem, idênticos 20%.
          Os dados do Datafolha diferem dos números expostos na última sondagem do Ibope, divulgada há dois dias. Nessa pesquisa, Russomanno apareceu com 34% das intenções de voto. Verificou-se um empate técnico entre Serra e Haddad. Porém, o candidato do PT, com 18%, foi acomodado pela primeira vez em posição numericamente superior à de Serra, com 17%.

          Outros números da última pesquisa DATAFOLHA:
          No Rio de Janeiro, o prefeito Paes oscilou um ponto positivamente pra cima, tinha 54%, agora tem 55% e deve vencer as eleições logo no primeiro turno. O seu concorrente mais próximo, Marcelo Freixo(PSOL) oscilou tambem um ponto positivo e foi a 19%. Outros tres candidatos estão empatados tecnicamente em terceiro lugar, Rodrigo Maia(DEM), Otavio Leite(PSDB), Aspásia Camargo(PV), pontuaram 4%, 3% e 2% respectivamente.
          Em Curitiba, Ratinho Junior(PSC) assumiu a liderança nas pesquisas pela primeira vez na campanha com 32%, o candidato do governador Beto Richa e prefeito Luciano Ducci(PSB) tem 25%, Gustavo Fruet(PDT) ficou 17% das intenções de voto e o ex-prefeito Rafael Greca(PMDB) tem 11%, segundo a pesquisa Datafolha.
          No Recife, o candidato Geraldo Julio(PSB), chegou a 42% das intenções de voto e Daniel Coelho(PSDB) ultrapassou o Senador Humberto Costa(PT). O tucano oscilou positivamente de 19% para 22% e o petista caiu de 23% para 17%. Já o candidato Mendonça(DEM), oscilou negativamente de 8% para 5%.
          Em Belo Horizonte, o prefeito e candidato a reeleição Marcio Lacerda(PSB) oscilou negativamente de 49% para 45%, enquanto Patrus Ananias(PT) oscilou positivamente de 31% para 32%.
          Já em Porto Alegre, o prefeito José Fortunati(PDT) obteve 47% das intenções de voto e deverá vencer as eleições logo no primeiro, obtve quase o dobro de Manuela D'ávila(PCdoB), que registrou 24%. Já o candidato do governador Tarso Genro, Adão Villaverde(PT) , oscilou positivamente de 7% para 9% e continua longe de chegar a um eventual segundo turno.
          

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domingo, 23 de setembro de 2012

"Gritos presidenciais não ocultam fracassos"

                                                  Por Marco Antonio Villa.
                                      PUBLICADO NA FOLHA DE S. PAULO

          O sonho acabou. Sonho ingênuo, registre-se. Durante quase dois anos, a oposição ─ quase toda ela ─ tentou transformar Dilma Rousseff em uma estadista, como se vivêssemos em uma república. Ela seria mais “institucional” que Lula. Desejava ter autonomia e se afastar do PT. E até poderia, no limite, romper politicamente com seu criador.
          Mas os fatos, sempre os fatos, atrapalharam a fantasia construída pela oposição ─ e não por Dilma, a bem da verdade.
          Nunca na história republicana um sucessor conversou tanto com seu antecessor. E foram muito mais que conversas. A presidente não se encontrou com Lula para simplesmente ouvir sugestões. Não, foi receber ordens, que a boa educação chamou de conselhos.
          Para dar um ar “republicano”, a maioria das reuniões não ocorreu em Brasília. Foi em São Paulo ou em São Bernardo do Campo que a presidente recebeu as determinações do seu criador. Os últimos acontecimentos, estreitamente vinculados à campanha municipal, reforçaram essa anomalia criada pelo PT, a dupla presidência.
          Dilma transformou seu governo em instrumento político-eleitoral. Cada ato está relacionado diretamente à pequena política. Nos últimos meses, a eleição municipal acabou pautado suas ações.
          Demitiu ministro para ajeitar a eleição em São Paulo. Em rede nacional de rádio e televisão, aproveitou o Dia da Independência para fazer propaganda eleitoral e atacar a oposição. Um telespectador desavisado poderia achar que estava assistindo um programa eleitoral da campanha de 2010. Mas não, quem estava na TV era a presidente do Brasil.
          É o velho problema: o PT não consegue separar Estado, governo e partido. Tudo, absolutamente tudo, tem de seguir a lógica partidária. As instituições não passam de mera correia de transmissão do partido.
          Dilma chegou a responder em nota oficial a um simples artigo de jornal que a elogiava, tecendo amenas considerações críticas ao seu antecessor. Como uma criatura disciplinada, retrucou, defendendo e exaltando seu criador.
          O governo é ruim. O crescimento é pífio, a qualidade da gestão dos ministros é sofrível. Os programas “estruturantes” estão atrasados. O modelo econômico se esgotou.
          Edita pacotes e mais pacotes a cada quinzena, sinal que não tem um consistente programa. E o que faz a presidente? Cercada de auxiliares subservientes e incapazes, de Lobões, Idelis e Cardozos, grita. Como se os gritos ocultassem os fracassos.
          O Brasil que ainda cresce é aquele sem relação direta com as ações governamentais. É graças a essa eficiência empresarial que não estamos em uma situação ainda pior. Mas também isso tem limite.
          O crescimento brasileiro do último trimestre, comparativamente com os dos outros países dos Brics (Rússia, Índia e China) ou do Mist (México, Indonésia, Coreia do Sul e Turquia), é decepcionante. E o governo não sabe o que fazer.
          Acredita que elevar ou baixar a taxa de juros ou suspender momentaneamente alguns impostos tem algum significado duradouro. Sem originalidade, muito menos ousadia, não consegue pensar no novo. Somente manteve, com um ou outro aperfeiçoamento, o que foi organizado no final do século passado.
         E a oposição? Sussurra algumas críticas, quase pedindo desculpas.
          Ela tem no escândalo do mensalão um excelente instrumento eleitoral para desgastar o governo, mas pouco faz. Não quer fazer política. Optou por esperar que algo sobrenatural aconteça, que o governo se desmanche sem ser combatido. Ao renunciar à política, abdica do Brasil.

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"Ridículo"

                                                 Editorial da Folha de São Paulo, intitulado " Ridículo".

          Não deveria, mas suscita pouca estranheza o documento de líderes partidários governistas divulgado na quinta-feira. O presidente do PT e artífice da nota, Rui Falcão, já se notabilizara por reações tão previsíveis quanto destemperadas ao modo como se desenvolve o julgamento do mensalão no Supremo Tribunal Federal (STF). Somam-se agora à ladainha outras figuras do bloco situacionista. Vão de Renato Rabelo (PC do B) ao coordenador da campanha de Celso Russomanno à Prefeitura de São Paulo, Marcos Pereira (PRB). O manifesto insiste no gênero de argumento ouvido desde as primeiras denúncias sobre o mensalão.

          Quando Roberto Jefferson, presidente do PTB, narrou em entrevista à Folha as gestões de um publicitário mineiro, Marcos Valério, que resultavam em saques de dinheiro vivo beneficiando políticos da base governista, tudo o que se tinha eram denúncias. Provinham, aliás, do líder de um partido que acabava de ser envolvido num escândalo de propina nos Correios. 

          Foi só aos poucos, como lembrou ainda nesta semana Joaquim Barbosa, relator do processo no STF, que os nomes pronunciados por Jefferson, e os fatos a eles associados, se confirmaram nas investigações. Vieram as confissões daquilo que, pouco antes, se negava com máxima indignação. O petismo não perdeu a empáfia. Ao lado da esfarrapada desculpa de que os recursos do mensalão correspondiam apenas a gastos de campanha, surgiu a mais desonesta e deslavada operação ideológica de que foram capazes os tartufos da moralidade pública e da igualdade social. 

          Associados, como o são cada vez mais, à direita religiosa, ao malufismo, a José Sarney e a Fernando Collor, os petistas recorreram aos trapos de um vocabulário de esquerda para iludir os que, sempre, querem manter-se iludidos. "Golpismo", "aventura conservadora", "ataque à democracia": assim se qualificou o empenho de desvendar o desvio de recursos públicos e a corrupção de parlamentares, levando o caso à Justiça, com amplo direito de defesa e longos anos de contraditório, de recursos e protelações.

          O PT, tantas vezes acusado de ser "denuncista" quando erguia as bandeiras do "Fora Collor" e do "Fora FHC", recorre ridiculamente à mesma tática, ao associar o desfecho do julgamento no STF à iminência das eleições municipais.Os governistas de São Paulo não deveriam preocupar-se tanto. Oriundo de um partido (PRB) no qual sobrevive o PL, notoriamente envolvido no escândalo, Russomanno é o líder nas pesquisas.O PRB assina, todavia, a nota contra o "golpismo". A contradição política deve importar pouco, entretanto, para um bando multipartidário que já se acostumou a contradizer-se na polícia.


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Pesquisas Eleitorais(02)


         
        CREDIBILIDADE
        O Instituto Credibilidade divulgou uma nova pesquisa que captou as intenções de voto do eleitorado de Francisco Santos. A pesquisa foi contratada pelo Dep. Estadual Fernando Monteiro (PTB) e registrada no TRE - PI no dia 17/09/2012, tendo sido entrevistados 300 eleitores nos dias 18 e 19 de setembro.
        
        ESPONTÂNEA
        A pesquisa Espontânea apontou o atual prefeito Édson Carvalho (PTB) com 49% das intenções de voto e Carleusa Santos (PMDB) com 43,33%. Os eleitores que não souberam ou não opinaram somaram 7,67%.
        
        ESTIMULADA
        Já na pesquisa estimulada o prefeito atual e candidato a reeleição Édson Carvalho (PTB) aparece com 49,33% das intenções de votos e a sua concorrente, a ex-prefeita Carleusa Santos (PMDB) somou 45% dos votos. Neste cenário, 5,67% não souberam ou não opinaram.
        
        DEFINIDOS
        A pesquisa também registrou que a grande maioria dos eleitores do município estão decididos em quem votarão nas eleições de 07 de outubro próximo. O Instituto aferiu que 91,33% dos eleitores asseguraram que não mudariam de candidato até as eleições deste ano e que apenas 1,67% mudaria e 3%  dos entrevistados responderam que talvez mudassem de candidato. E 4% disseram que não sabiam ou não opinaram.
        
        UNIVERSO PESQUISADO
        O Instituto entrevistou 145 eleitores na zona urbana, sendo assim distribuídos: Centro(83); Bairro Hospital(15); Alto do Cecílio(14); Cohab(17) e Trizidela(16). Na zona rural totalizou 155 eleitores entrevistados: O Povoado Boa Viagem(60); BR 020-Caldeirão(25); Jurema e Assentamento Jurema(06); Assentamento Boa Vista(08); Viroveu/Sitio de Zizu(04); Palmeiras I, II, III(08); Granada I e II(08); Povoado Diogo I(09); Povoado Diogo II(08); Baixa dos Morros e Barreiros(08); Chupeiro e Adjacências(06) e Santa Helena(05).
        
        ELEIÇÃO PROPORCIONAL
        Os números das intenções de votos para vereadores não foram divulgados, também este é um detalhe pouco relevante, pois as pesquisas proporcionais nunca refletem a realidade da eleição. Sendo praticamente impossível aferir as intenções de votos para vereador, sendo que cada candidato representa uma ou algumas comunidades e os institutos de pesquisa nunca pesquisam todas as comunidades e nem poderiam.

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sábado, 22 de setembro de 2012

Vergonha Alheia



Dora Kramer
O Estado de S.Paulo
20/09/2012 
          Tudo bem, o senador Jorge Viana, o presidente da Câmara, Marco Maia, e companhia bela resolveram transitar na contramão, senão da História, porque esta não se faz de imediato, mas da lógica. É um direito que os assiste.

          Atacam o Supremo Tribunal Federal, reclamam da imprensa e denunciam "preconceito das elites" sem levar em conta que reagem na realidade às consequências de atos cometidos pelo próprio partido.

          Os juízes fazem justamente o que desde sempre se cobra da Justiça: a aplicação rigorosa da lei sem olhar a quem.

          Maia chama de falacioso (capcioso, intencionalmente enganador) o voto do relator Joaquim Barbosa que reconhece a existência da compra de apoio de partidos ao primeiro governo Lula.

          Viana fala em "golpe" contra o PT e o secretário de comunicação do partido, André Vargas, aponta "risco para a democracia" nas transmissões ao vivo das sessões do STF.

          Graças à bem articulada transição democrática da qual o PT se afastou quando renegou o sentido da eleição indireta de Tancredo Neves como ato de imposição de derrota política à ditadura, o País vive desde o século passado em estado de liberdade plena.

          Defendem-se quaisquer ideias e teoricamente ninguém tem nada com isso. É sagrado todo direito, inclusive ao esperneio.

          Afastada a ameaça à democracia apontada pelo deputado Vargas, uma vez que a transmissões do que se passa no tribunal é garantia do preceito constitucional da transparência, resta sempre o risco do ridículo.

          O que dirão os autores das pesadas críticas ao Supremo se ao fim do julgamento houver absolvições inesperadas?

          E se não prevalecer totalmente a posição do relator Joaquim Barbosa? Se, por hipótese, José Genoino for considerado mero "mequetrefe" e José Dirceu não puder ser enquadrado na categoria "chefe de quadrilha" por falta de provas? Como ficarão os difamadores do STF?

          É uma possibilidade remota? É altamente improvável, mas não impossível.

          Nesse caso os detratores virarão defensores da Justiça do Brasil. Portanto, até como precaução – uma vez que parece inútil pedir respeito à Corte – seria conveniente que prestassem atenção ao que fazem.

          Tratam o Supremo como uma facção partidária em vias de cometer crimes de lesa-pátria apenas porque seus interesses e expectativas estão sendo contrariados.

          Condenações havendo de cima a baixo, que fique bem claro: não terão sido produto de arbítrio, mas de decisão da Justiça. Do mesmo tribunal tão festejado por decisões tidas como inovadoras em outros campos que não o da política (ciência, costumes, direitos sociais), cuja atuação tem ido muito além da guarda da Constituição e da representação da cúpula do Poder Judiciário.

          Depois de longos períodos de restrição de autonomia por força de governos arbitrários, desde 1988 o Supremo vem se aperfeiçoando no papel a ele conferido pela nova Carta: a de indutor da construção de um modelo mais avançado de relação entre Estado e sociedade. 
         

É um ganho para todos.

          Independentemente de governos e partidos.

          Estes passam, mas a República permanece.



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segunda-feira, 17 de setembro de 2012

A Quarta Cópia

                              Por Ricardo Noblat - O Globo 17.09.2012


          Dá-se a prudência como característica marcante dos mineiros.
 
          Teria a ver, segundo os estudiosos, com a paisagem das cidadezinhas de horizonte limitado, os depósitos de ouro e de pedras preciosas explorados no passado até se esgotarem, e a cultura do segredo e da desconfiança daí decorrente.

          Não foi a imprudência que afundou a vida de Marcos Valério. Foi Roberto Jefferson mesmo ao detonar o mensalão.

          Uma vez convencido de que o futuro escapara definivamente ao seu controle, Valério cuidou de evitar que ele se tornasse trágico.

          Pensou no risco de ser morto. Não foi morto outro arrecadador de recursos para o PT, o ex-prefeito Celso Daniel, de Santo André?

          Pensou na situação de desamparo em que ficariam a mulher e dois filhos caso fosse obrigado a passar uma larga temporada na cadeia. E aí teve uma ideia.






          Ainda no segundo semestre de 2005, quando Lula até então insistia com a lorota de que mensalão era Caixa 2, Valério contratou um experiente profissional de televisão para gravar um vídeo.

          Poderia, ele mesmo, ter produzido um vídeo caseiro. De princípio, o que importava era o conteúdo. Mas não quis nada amador.

          Os publicitários de primeira linha detestam improvisar. Valério pagou caro pelo vídeo do qual fez quatro cópias, e apenas quatro.

          Guardou três em cofres de bancos. A quarta mandou para uma das estrelas do esquema do mensalão, réu do processo agora julgado pelo Supremo Tribunal Federal.

          Renilda, a mulher dele, sabe o que fazer com as três cópias. Se Valério for encontrado morto em circunstâncias suspeitas ou se ele desaparecer sem dar notícias durante 24 horas, Renilda sacará dos bancos as três cópias do vídeo e as remeterá aos jornais O Estado de São Paulo, Folha de S. Paulo e O Globo. (Sorry, VEJA!)

          O que Valério conta no vídeo seria capaz de derrubar o governo Lula se ele ainda existisse, atesta um amigo íntimo do dono da quarta cópia.

          Na ausência de governo a ser deposto, o vídeo destruiria reputações aclamadas e jogaria uma tonelada de lama na imagem da Era Lula. Lama que petrifica rapidinho.

          A fina astúcia de Valério está no fato de ele ter encaminhado uma cópia do vídeo para quem mais se interessaria por seu conteúdo. Assim ficou provado que não blefava.

          Daí para frente, sempre que precisou de ajuda ou consolo, foi socorrido por um emissário do PT. Na edição mais recente da VEJA, Valério identifica o emissário: Paulo Okamotto.

          Uma espécie de tesoureiro informal da família Lula da Silva, Okamotto é ligado ao ex-presidente há mais de 30 anos.

          No fim de 2005, um senador do PT foi recebido por Lula em seu gabinete no Palácio do Planalto. Estivera com Valério antes. E Valério, endividado, queria dinheiro. Ameaçava espalhar o que sabia.

          Lula observou em silêncio a paisagem recortada por uma das paredes envidraçadas do seu gabinete. Depois perguntou: "Você falou sobre isso com Okamotto?"

          O senador respondeu que não. E Lula mais não disse e nem lhe foi perguntado. Acionado, Okamotto cumpriu com o seu dever. Pulou-se outra fogueira. Foram muitas as fogueiras.

          Uma delas foi particularmente dramática.

          Preso duas vezes, Valério sofreu certo tipo de violência física que o fez confidenciar a amigos que nunca, nunca mais voltará à prisão. Prefere a morte.

          Valério acreditou que o prestígio de Lula seria suficiente para postergar ao máximo o julgamento do processo do mensalão, garantindo com isso a prescrição de alguns crimes denunciados pela Procuradoria Geral da República.

          Uma eventual condenação dele seria mais do que plausível. Mas cadeia? E por muito tempo?

          Impensável!

          Pois bem: o impensável está se materializando. E Valério está no limiar do desespero.

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terça-feira, 11 de setembro de 2012

Pesquisas Eleitorais

          
          Foi divulgada uma nova pesquisa para as chapas majoritárias e proporcionais para as Eleições Municipais de 07 de Outubro próximo em Francisco Santos.
          O Instituto BR Vox, entrevistou 412 eleitoires nos dias 09/09 e 10/09, com uma margem de erro de 4,83%. As entrevistas realizadas na Zona Urbana, foram localizadas no Centro(130), Bairro Trizidela(42), Bairro Cohab(48), Bairro Hospital(55). Já na Zona Rural, as localidades pesquisadas foram Povoado Boa Viagem(39), Diogo I(25), Diogo II(20), Caldeirão(27), Santa Helena(13) e Palmeira(13).
          Na pesquisa estimulada e num universo de 413 eleitores, a candidata da oposição Carleusa Santos foi citada por 207 dos entrevistados, o que corresponde a 50,24% e o prefeito Édson Carvalho por 169, equivalente a 41,02%. Outros 24 dos entrevistados não souberam ou não opinaram(5,83%) e 12 eleitores (2,91%) responderam nenhum, branco ou nulo.
          No item rejeição dos candidatos: O atual prefeito Édson Carvalho foi citado por 150 eleitores, correspondente a (36,41%), já a rejeição da candidata da oposição Carleusa Santos foi um pouco menor, tendo sido mencionada por 146 eleitores, o que equivale a (35,44%).
          Um índice que surpreendeu bastante, foi a aprovação do Governador Wilson Martins que atingiu 52,91% e a rejeição de apenas 33,01%.
          E você amigo internauta o que achou dos números da última pesquisa? Manifestem-se através dos comentários, ele é o combustível do blog.

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sexta-feira, 7 de setembro de 2012

Domínio dos fatos

                                  
                          DORA KRAMER - O Estado de S.Paulo(07/09/2012)
          Os ministros do Supremo Tribunal Federal têm se notabilizado pela nitidez na forma e no conteúdo de seus votos, em atendimento ao sagrado direito do público de entender o que está em jogo no julgamento do processo do mensalão.
          Portanto, é sem prejuízo do reconhecimento a esse esforço do colegiado que se constata a clareza solar do ministro Luiz Fux por ocasião de duas manifestações nos primeiros dos sete itens a serem examinados conforme a metodologia proposta pelo relator e acatada pelo tribunal.
          Quando julgava o ponto do qual decorreu a condenação de João Paulo Cunha, Marcos Valério e associados por corrupção, peculato e lavagem de dinheiro, Fux discorreu sobre a questão do ônus da prova argumentando que a presunção de inocência não desobriga o réu de contar uma história bem contada em sua defesa.
          Não basta negar a acusação, disse o ministro em termos mais elaborados. É preciso apresentar uma versão verossímil face à realidade "de como as coisas são", para usar expressão da ministra Rosa Weber na sessão de quarta-feira ao analisar a denúncia de gestão fraudulenta contra dirigentes do Banco Rural.
          Naquela mesma audiência, Luiz Fux desatou outro nó ao explicitar o papel do banco no esquema: "uma lavanderia de dinheiro" que, por intermédio das agências de publicidade de Marcos Valério, deu suporte a "uma agremiação partidária".
          O Supremo Tribunal Federal vai assim há mais de um mês contando uma história que aponta para um desfecho cada vez mais próximo da narrativa da acusação sobre a existência de uma organização criminosa cujo objetivo era arrecadar e distribuir recursos a partidos aliados mediante o uso do aparelho de Estado.
          O entendimento da maioria dos ministros guarda léguas de distância da versão da defesa sobre a ocorrência apenas (como se fosse pouco) de crime eleitoral desconectado de uma sistemática de dolo coletivo e até agora segue, em seu arcabouço, a lógica do relator Joaquim Barbosa.
           No primeiro capítulo, o STF mostrou o modus operandi de desvio de recursos públicos para as contas de empresas de Marcos Valério - por contratos de publicidade firmados com o Banco do Brasil e com a Câmara dos Deputados - e delas repassados aos políticos, elegendo como exemplo inicial o deputado João Paulo Cunha e os R$ 50 mil retirados em espécie no banco por ordem da agência SMPB.
          No segundo capítulo, o Supremo desvendou a montagem de empréstimos fraudulentos no tocante às normas bancárias para ocultar a origem dos recursos. No terceiro, mostrará como o dinheiro foi lavado.
A partir daí, desenrolar-se-á o novelo em que dificilmente deixarão de se enredar os integrantes do chamado núcleo político, beneficiário, mandante e consequentemente dono do domínio dos fatos que resultaram na urdidura de um esquema que a Corte vai reconhecendo como criminoso.
          Bicudos. 
          Para que não se faça de Fernando Henrique Cardoso uma vítima eterna dos equívocos do PSDB e se respeitem os fatos, cumpre não esquecer que o então presidente na eleição de 2002 não escondeu a satisfação de incluir em seu currículo o fato de ser sucedido por um "operário".
          Se de um lado foi largado pelos tucanos, de outro não impôs reparos ao apoio implícito de muita gente do governo à eleição de Lula nem ao abandono explícito de setores do partido à candidatura de José Serra.
          Aí incluídos o presidente do PSDB, Tasso Jereissati, cabo eleitoral assumido de Ciro Gomes, e o então candidato a governador de Minas, Aécio Neves, arquiteto do voto "Lulécio".
          Ponto final. 
          A oposição pode ser "suja", a elite "preconceituosa", a imprensa "reacionária" e a Justiça "instrumento de golpistas", como diz o presidente do PT, Rui Falcão.
          Mas quem flerta com a possibilidade de ver correligionários na cadeia é o PT.


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segunda-feira, 3 de setembro de 2012

Um Ano do Blog da Terrinha







          Já faz um ano que estamos nesta batalha. Criamos o blog e fizemos muitas postagens num ritmo frenético, mas hoje em dia, devido aos compromissos e a pauta que ficou limitada às eleições. Não a nossa, mas a pauta do povo de um modo geral é só uma: Eleição, eleição e eleição. Por esta razão resolvemos dar uma maneirada nas postagens pra evitar os conflitos. 
          Vamos deixar o blog em aberto, com algumas postagens com temas mais amenos e neste ritmo que estamos postando nos últimos tempos. Prometemos num futuro bem próximo voltar as postagens, vamos dizer assim, mais polêmicas.
          Somos gratos a todos que frequentaram e frequentam as nossas páginas. Aos seguidores, aos colaboradores (os mais atuantes: Francisco Miguel de Moura e João Bosco da Silva), aos comentaristas anônimos ou não e aos leitores de um modo geral. 
          O blog existe pra vocês e por vocês, pois sem a participação de todos não teria sentido a existência deste espaço.
          De qualquer forma até o momento, temos números respeitáveis para um blog anonimo. Abaixo postamos as estatísticas durante este ano de existencia do blog:
 27.850 acessos  / 18 seguidores / 89 postagens / 753 comentários.
          Continuem participando, colaborando com textos e imagens, comentando as postagens, seguindo o nosso blog, ou simplemente acessando as nossas páginas.


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