sábado, 26 de outubro de 2013

'Os 178 Beagles'

          Quem estréia hoje na Folha de São Paulo é o jornalista  e blogueiro da Revista Veja, Reinaldo Azevedo. Um dos maiores críticos do petismo, Reinaldo tem um dos blogs políticos mais acessados do país.  Todos os blogs e portais ligados ao petismo, criticaram a Folha pela sua contratação. Abaixo, a sua coluna de estréia:

'Os 178 Beagles'

REINALDO AZEVEDO - Folha de São Paulo

A fúria justiceira dos bons pode ser tão desastrosa como a justiça seletiva dos maus

          As ruas, ente divinizado por covardes, pediram o fim do voto secreto para a cassação de mandatos. Boa reivindicação. O Congresso está a um passo de extinguir todas as votações secretas, o que poria o Legislativo de joelhos diante do Executivo. Proposta de iniciativa "popular" cobra o financiamento público de campanha, o que elevaria o volume de dinheiro clandestino nas eleições e privilegiaria partidos ancorados em sindicatos, cujas doações não são feitas só em espécie. Cuidado! O povo está na praça. Nome do filme dessa mímica patética: "Os 178 Beagles".

          Povo não existe. É uma ficção de picaretas. "É a terceira palavra da Constituição dos EUA", oporia alguém. É fato. Nesse caso, ele se expressa por meio de um documento que consagra a representação, única forma aceitável de governo. Se o modelo representativo segrega e não muda, a alternativa é a revolução, que é mais do que alarido de minorias radicalizadas ou de corporações influentes, tomadas como expressão da verdade ou categoria de pensamento.

          A fúria justiceira dos bons pode ser tão desastrosa como a justiça seletiva dos maus. Quem estava nas ruas? A imprensa celebrou os protestos como uma "Primavera Árabe" nativa. Nem aquela rendeu flores nem o Brasil é uma ditadura islâmica. Até houve manifestações contra o governo, mas todas foram a favor do "regime petista". O PSDB talvez tenha imaginado que aquele "povo" --sem pobres!-- faria o que o partido não fez em 11 anos: construir uma alternativa. Sem valores também alternativos aos do Partido do Poder, esqueçam.

          Há 11 anos o PT ataca sistematicamente as instituições, quer as públicas, quer as privadas, mas de natureza pública, como a imprensa. Dilma ter sofrido desgaste (está em recuperação) não muda a natureza dos fatos. Da interdição do direito de ir e vir à pancadaria e ao quebra-quebra como forma de expressão, passando pela reivindicação de um Estado-babá, assistiu-se nas ruas a uma explosão de intolerância e de ódio à democracia que o petismo alimentou e alimenta. O Facebook não cria um novo ator político. Pode ser apenas o velho ator com o novo Facebook --como evidenciou a Irmandade Muçulmana no Inverno Egípcio.

          Em política, quando o fim justifica os meios, o que se tem é a brutalidade dos meios com um fim sempre desastroso. A opção moralmente aceitável é outra: os meios qualificam o fim. Querem igualdade e mais Justiça? É um bom horizonte. Mas será o terror um instrumento aceitável, ainda que fosse eficaz? Oposição, governo e imprensa, com raras exceções, se calaram e se calam diante da barbárie que deseduca e que traz, volte-se lá ao primeiro parágrafo, o risco do atraso institucional.

          O PSOL conduziu uma greve de professores contra o excelente plano de carreira proposto pela Prefeitura do Rio. Era a racionalidade contra a agenda "revolucionária". Luiz Fux, do STF, posando de juiz do trabalho, chamou os dois para conversar. É degradação institucional com toga de tolerância democrática.

          O sequestro dos beagles, tratado com bonomia e outro-ladismo pelo jornalismo, é um emblema da ignorância dos justos e da fúria dos bons. Eles atrasaram em 10 anos o desenvolvimento de um remédio contra o câncer, mas quem há de negar que os apedeutas ilustrados têm um grande coração?


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sábado, 19 de outubro de 2013

Colírio


                                                               Bruna Resende
          Quem embeleza nossas páginas hoje é esta bela e simpática morena. A jornalista Bruna Resende tem suas raízes fincadas em Francisco Santos, pois é filha de Ana Marly de Sousa.

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sexta-feira, 18 de outubro de 2013

A bebida amarga


          Como beber dessa bebida amarga? Tragar a dor, engolir a labuta?

          Eram maus tempos aqueles em que as pessoas se dedicavam ao delicado quebra-cabeça de ressignificar as metáforas que vinham semeadas com inteligência, escondidas entre as dobraduras dos textos de jornal e das letras de música.

          Como era proibido falar com clareza, a censura obrigava a imaginação a se desdobrar em imagens poéticas para ser decifrada e fruída intelectualmente por aqueles a quem a trava das proibições era uma violência a merecer vingança.

          E a vingança era a poesia que escapava à limitação intelectual dos censores.

          Pois não é que agora os nossos construtores de metáforas, que incendiaram o imaginário popular com seus impiedosos versos, e aqueles que gritavam que era “proibido proibir” se transformaram eles mesmo na reencarnação moderna do mal contra o qual lutaram?

          Como beber dessa bebida amarga?

          Não há metáfora que esconda o verdadeiro sentido da ação do grupo Procure Saber, encabeçado pela famosa sabe-se-lá-o-quê Paula Lavigne: vetar biografia não autorizada é censura prévia. A Constituição, à qual um artigo do Código Civil não pode sobrepor-se, veta expressamente a censura prévia.

          As justificativas que os nomes célebres que aderiram à causa alinhavaram em textos de jornal, tornaram a emenda pior que os seus piores sonetos.

          Caetano e Chico escreveram artigos desajeitados no jornal para justificar a sua posição; o primeiro chegou a escrever que topa uma biografia não autorizada de tipos como Sarney, sem dar-se conta que defendia a censura seletiva.

          O segundo cometeu um pecado do qual teve que redimir-se pedindo desculpas: desmentiu ter dado uma entrevista, que o autor tinha gravado e, para vergonha do bardo, colocou no ar.

          Dos defensores da causa, as vergonhas maiores ficaram para Paula Lavigne, que usou um programa de TV para cometer uma baixaria contra a colunista Bárbara Gancia, a pretexto de fazer uma analogia despropositada, e Marilia Pêra, que “monetizou” a questão com esta frase de rara infelicidade:

          - É "doloroso" ver publicadas verdades indesejáveis sem compensação financeira ao biografado.

          Ela quis dizer que com compensação financeira as “verdades indesejáveis” deixam de ser indesejáveis ou, com um pouco de boa vontade, devemos considerar que ela cometeu apenas uma impropriedade de linguagem? A dúvida e a vergonha alheia ficam pairando no ar.

          Biografias honestas costumam ser narrativas históricas de fatos reais, que compõem as histórias de vida de personagens públicos. Se o autor relatar fatos que não aconteceram e incorrer em injúria contra o biografado, existem leis para reparar esses danos.

          O que não há é lei que justifique a censura prévia. Afastem de nós esse cálice.


              Sandro Vaia é jornalista.


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quinta-feira, 17 de outubro de 2013

Emancipação

         

          As Assembléias Legislativas Estaduais voltam a ter o poder de examinar a criação de novos municípios, competência que tinha deixado de usufruir com a aprovação da Emenda Constitucional nº 15, de 1996. Que deu um basta na criação de novos municípios, no que ficou conhecido com a "farra dos municípios", pois muitos deles, não cumpriam o mínimo das exigências que a lei permitia.
          A matéria foi confirmada no plenário do Senado Federal, depois de ter sido aprovada na Câmara dos Deputados. Com 53 votos favoráveis, 5 votos contrários e 3 abstenções, foi aprovado o projeto de autoria do senador Mozarildo Cavalcanti.
          O relator da matéria na Comissão de Constituição e Justiça, Senador Valdir Raupp, negociou algumas alterações significativas. Proibindo a criação de municípios em áreas indígenas, áreas de preservação ambiental e terras da União.
          A realização de plebiscito junto às populações dos municípios envolvidos e a realização de Estudo de Viabilidade Municipal(EVM), são condicionantes para a criação de novos municípios.
          No Piauí, há vários projetos em tramitação na Assembléia Legislativa Estadual, entre os quais, o projeto de emancipação política do Povoado Boa Viagem, no município de Francisco Santos.  O Povoado Boa Viagem cumpre com quase todos os requisitos e toda a documentação referente à sua emancipação está na Assembléia Legislativa, aguardando a apreciação dos senhores deputados.


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quinta-feira, 10 de outubro de 2013

Redenção

Rodovia PI-128 - Ligação asfáltica entre a cidade de Francisco Santos e a Rodovia BR-020.



          O governador do Estado do Piauí, Wilson Martins, estará em Francisco Santos, nesta sexta-feira, dia 11 de Outubro de 2013, para a inauguração da rodovia PI-228. O ato solene de inauguração será no entroncamento rodoviário da BR – 020, às 14:30 horas. Depois da inauguração todos seguirão em carreata até a cidade.

          A comitiva chegará a Francisco Santos e será acrescida de todas as lideranças do município, desde vereadores e ex-vereadores, os ex-prefeitos Carleusa Santos e Tatá, aos atuais prefeito e vice-prefeito, Édson Carvalho e Luis José de Barros.

          A ligação asfáltica entre a cidade e a BR-020 era um sonho antigo de toda Francisco Santos, principalmente dos moradores da região que mais produz. A região que margeia a BR – 020 é formado por grandes comunidades produtoras de feijão, mandioca e principalmente, caju. Começa na Piçarreira, nos limites com o município de Santo Antonio de Lisboa, sobe com destino aos municípios de Monsenhor Hipólito e Pio IX, beneficiando as comunidades Viroveu, Caldeirão, Chupeiro, Sitio de Zizu, Santiago e demais comunidades adjacentes.


          Esta obra vem fechar um ciclo de obras fundamentais para Francisco Santos. Iniciada com a primeira parte da Rodovia PI-228, que liga a sede do município ao Povoado Boa Viagem e a BR-316, obra esta construída em 1997. Depois foi a Ponte sobre o Rio Riachão, outro sonho que parecia inalcançável, mas que se tornou realidade em 2010. Agora, com a inauguração da complementação da Rodovia PI-228, fechamos este ciclo com chave de ouro.

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quarta-feira, 9 de outubro de 2013

Notícias da Terrinha

                  FESTA DO IMACULADO CORAÇÃO DE MARIA

          A 94ª Novena e Festa do Imaculado Coração de Maria, está sendo realizada em Francisco Santos. Tendo sido iniciada no dia 04 e com término previsto para o dia 13 de Outubro de 2013.
          Com o tema: Com Maria seguimos Jesus, nossa Luz!
O paroco da comunidade, Pe. Jonas de Moura Batista, juntamente com a comunidade de grande religiosidade elaboraram um cronograma da festa, com a participação de padres de comunidades vizinhas e do Bispo Dom Plínio José e de todo povo da cidade, das comunidades rurais, visitantes que tradicionalmente participam da festa religiosa e pessoas das cidades vizinhas.
          As atividades diárias, tem tido um grande participação popular. O Ofício de Nossa Senhora, realizado tradicionalmente ao meio-dia tem demonstrado a grande religiosidade do nosso povo, pois tem tido uma participação massiva da população. A Novena e Missa que é realizada no horário das 19:00 hs, tem deixado a nossa igreja repleta de fiéis. 


                           JOÃO BOSCO DA SILVA




          Quem estará em Francisco Santos nos próximos dias, será o escritor e poeta João Bosco da Silva. Viajará para Francisco Santos na próxima quinta-feira, com dois objetivos. O primeiro, é marcar a data do lançamento de seu livro de cordel, intitulado PLACEBO,  em que consta a ode OS JENIPAPEIRÍADAS, já postado no Blog da Terrinha. O segundo motivo, é manter contatos com autores (ou seus parentes) de versos tipicamente populares , ou seja: cordel. Conforme seu projeto, pretende lançar este livro no do próximo ano ou, no máximo, em 2015, dependendo das dificuldades que se apresentarem. Pretende, com isso, dar, como organizador, uma contribuição valiosa à cultura popular da terra. 


                                   BODAS DE OURO

          Acontecerá no próximo dia 12 de Outubro de 2013, a celebração das Bodas de Ouro do casamento de Manoel e Maria. Ás 16:30 horas será celebrada uma missa na Igreja do Imaculado Coração de Maria. Após a cerimonia o casal receberá os cumprimentos no mais novo espaço de eventos da cidade, o Nátaly Eventos, que fica situado nas proximidades do estádio municipal. 
          Felicitações ao casal, por manter um relacionamento tão duradouro e feliz. Parabéns aos filhos, notadamente, ao Vereador Lindomar Rocha, Antonio Nilton e Edílson pelo empenho em realizar um evento tão relevante.


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terça-feira, 8 de outubro de 2013

POLÍTICA NA VEIA.

                                  
                                         Por Dora Kramer. O Estado de São Paulo.

          A narrativa da tentativa de criar um partido a tempo de concorrer por ele à eleição de 2014 não foi das melhores, mas o desfecho ante a adversidade da recusa do registro da Rede foi um lance político admirável, como há muito não se via.

          Inesperado, surpreendente, competente, pragmático no melhor sentido da palavra e feito em termos decentes, o acordo entre a ex-senadora Marina Silva e o governador Eduardo Campos dá um sacode geral nos preparativos para a campanha presidencial.

          É cedo para dizer se de fato muda o cenário da eleição, mas sem dúvida alguma altera o quadro de acordos e a correlação de forças nesse período pré-eleitoral. Um movimento taticamente irrepreensível mais não seja por ter subvertido o previsível.

          As maneiras adotadas devolvem um pouco de altivez à atividade política por pautadas em estratégia, identificação de propósitos e definição de um objetivo claro: derrotar os atuais condôminos do poder. Muito mais legítimo que o festival de chantagens e barganhas que tem conduzido conversas entre partidos. Nesse sentido, o acordo fechado na sexta-feira à noite é um ponto fora da curva no padrão lamacento em vigor.

          Mostrou que Marina não se põe acima do bem e do mal como muitas de suas atitudes ao molde de maria santíssima levam a crer. Venceu a tentação da omissão e foi ao jogo sem abrir mão da coerência. Entendeu que quem tem voto precisa saber conferir materialidade a eles para além do terreno das boas intenções.

          A aliança dificulta a vida do PSDB? Sem dúvida, mas esta já não estava fácil mesmo. Tem mais a perder quem dispõe de mais e se imaginava com a vida ganha. O PT, como atesta a entrevista do marqueteiro João Santana à revista Época desta semana, fazendo pouco dos adversários da chefe, Dilma Rousseff.

          Segundo ele, a presidente será reeleita no primeiro turno devido a um fenômeno denominado por Santana de “antropofagia de anões”. Mais que uma precipitação, a declaração mostra-se ofensiva ao falar em “anões”. Na política, o termo evoca aquele grupo que nos anos 90 tomava de assalto a Comissão de Orçamento no Congresso e foi alvo de CPI que ceifou mandatos.

          Do ponto de vista das pesquisas, Marina, Campos, Aécio Neves e José Serra podem ser tidos como nanicos em face da dianteira da presidente. Mas sob o aspecto político fazem movimentos na direção do fortalecimento do campo oposicionista.

          A permanência de Serra no PSDB impede a fragmentação dos eleitores fiéis ao partido. A aliança entre Marina e Campos confere substância mútua e, portanto, importância, a uma alternativa.

          Ela dá a ele potencial de capital eleitoral, a chancela do “novo”. Ele agrega estrutura, expectativa de financiamento, passaporte ao Nordeste, densidade no quesito confiança administrativa. Um quê de tradicionalismo às vezes ajuda na compreensão da maioria ainda pouco afeita a modernismos.

          Se essa receita vai resultar em êxito, é outra história a ser contada a partir de agora pela capacidade de articulação entre os grupos que se juntam, de conquistar adesões partidárias, de construir um discurso atrativo ao eleitorado, de firmar compromissos nítidos com a sociedade.

          Não se pode, entretanto, subestimar a reação do governo. O ex-presidente Lula, tido como o mais esperto entre todos os espertos, levou uma volta de dois ex-aliados. Não vai se conformar nem medir esforços no contra-ataque que, ninguém se iluda, avizinha-se dos mais pesados.

Passe livre
          Na conversa de sexta-feira à noite em Brasília, Eduardo Campos assegurou a Marina que o PSB não criará obstáculos à sua desfiliação do partido quando a Rede Sustentabilidade obtiver o registro na Justiça Eleitoral.

          Passadas as eleições, bem entendido, porque antes disso a nova legenda não terá condições legais de participar de coligações eleitorais.


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domingo, 6 de outubro de 2013

O poder da sedução

               

          A princípio, poucos acreditaram. Afinal, pela primeira vez na história republicana alguém com potencial eleitoral de candidata à Presidência da República, com um capital de 20 milhões de  votos na disputa passada, abre mão para um novato, com apenas 4% nas pesquisas, contrariando tudo e todos.

          Marina vice, Eduardo na cabeça de chapa. A lógica não deveria ser o contrário? Por isso, nem os mais experts em política deram a mão a palmatória.

          Mas o que aconteceu hoje em Brasília, coincidentemente na data dos 25 anos da proclamação da Constituição, é o que se pode chamar de gol de placa em política.

          Eduardo deu mais uma demonstração notável de que é, dentre a nova geração de políticos, o mais águia de todos na formulação política e na estratégia eleitoral.

          Criado na escola arraesista, o governador pernambucano, como disse o marqueteiro Marcelo Teixeira, tem o diferencial da ousadia.

          O que levou, afinal, Marina a se render aos argumentos de Eduardo? Foram os olhos azuis que deixaram a ex-senadora embriagada? Nada disso! O governador é um sedutor.

          Com o poder de sedução, montou a maior aliança que se tem notícia na história de Pernambuco na eleição da sua reeleição, em 2010.

          E governa Pernambuco sem adversários, algo que abre um paradigma na história do Estado. A maior arma de um político é a soma de sedução com carisma e ousadia.

          Brasília veio abaixo hoje com a confirmação do apoio de Marina a Eduardo. De Nova Iorque, onde se encontra em lua-de-mel, o tucano Aécio Neves, o mais afetado, disse que ninguém esperava.

          E ninguém esperava mesmo essa hecatombe política na sucessão presidencial. Deve ter muita gente comemorando e muita gente preocupada com o futuro. Imagino, por exemplo, que o ex-governador de São Paulo, José Serra, deve estar gargalhando.

          Era tudo que queria para se vingar de Aécio Neves, que fez corpo mole nas duas campanhas que Serra disputou para presidente.

          Serra pode aproveitar o gancho e abrir uma dissidência no PSDB de São Paulo contra Aécio. Serra ainda é um grande eleitor no maior colégio eleitoral do País.

          A surpresa foi tão grande que abriu a primeira manchete do Jornal Nacional, agora há pouco. Reação estranha se deu por parte de Roberto Freire, presidente do PPS.

          Quando a oposição imaginava que o partido se aliaria a Eduardo e Marina, Freire foi na contramão, afirmando que Marina cometeu suicídio político e não contasse, a partir de agora, com o PPS.

          O momento é de euforia e de choque pela surpresa, mas a partir de hoje se abre um novo cenário na corrida presidencial. Eduardo, o grande vitorioso desta etapa, deve, entretanto, ter muito cuidado com os desdobramentos desse entendimento.

          Marina é muito encrenqueira. Se as pesquisas de opinião continuarem dando a ela melhores percentuais do que Eduardo, a ex-senadora pode começar a criar problema para inverter a chapa, ou seja, sair na cabeça, deixando o governador na vice.

          Como Eduardo é uma águia, certamente deve ter uma estratégia pronta para um cenário nessa direção. O fato, enfim, é que o governador mudou o jogo, criou o fato mais novo e polêmico da pré-campanha presidencial e se cacifou.

          Afinal, até então arrebatar o coração de Marina ninguém imaginava que Eduardo tivesse chances de chegar lá.



                                      Do blog do Magno Martins


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