Como uma grande parte dos nossos leitores, já estava ansioso para fazer a publicação deste sétimo canto que faz parte deste grandioso poema intitulado OS JENIPAPEIRÍADAS. A qualidade da obra de João Bosco da Silva é inquestionável, fazemos a publicação e deixamos para os nossos leitores fazerem as suas considerações.
A R E L I G I Ã O
I
Nascida como nasciam
as povoações antigas,
sob o símbolo da cruz
e amparadas pelas vigas
da virtude e da moral
- o trigo dentre as urtigas –
Jenipapeiro nasceste,
e à sombra cristã cresceste.
II
Exato no ano mil
novecentos e dezoito,
cem anos após chegadas
aquelas pessoas oito, [1]
baianos que aqui buscavam
talvez algum valhacouto
- inaugurou-se a capela,
pequena, porém singela.
III
Buscaram a proteção
da santa virgem Maria,
intercessora maior,
doce mãe que negocia
junto a seu filho no céu
os pleitos da freguesia.
Livrai-nos, pois, santa virgem,
do pecado e da vertigem.
IV
Para gerir os negócios
da igreja, sua grei
encarregou Seu Licínio,
mui conhecedor da lei,
um Salomão conselheiro,
sábio como aquele rei,
e justo como ninguém.
tido e havido homem de bem.
V
Com as chaves da capela,
enfeixou em suas mãos
os interesses do povo,
sejam os civis e os cristãos;
operando em solo fértil
a semeada dos grãos,
viu traduzir-se em tributos
a messe de belos frutos.
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