quarta-feira, 10 de julho de 2013

De poeta para poeta

          Maciel Melo, o negrinho de seu Heleno Louro e dona Maria de Lourdes, o pajeuzeiro de Iguaracy que tanto orgulha não apenas o seu berço natal, mas todo o Pajeú, todo Pernambuco, todo o Nordeste e grande parte do Brasil e do mundo, onde habitam aqueles que consomem musicalmente o que mais há de qualidade na poesia propriamente dita.
          A poesia de Maciel é um tempero especial no cardápio musical e que por muito tempo serviu de ingrediente na panela de muitos artistas renomados da nossa música como: Elba, Fagner, Flávio José, Alcimar e tantos outros.
          Até que um dia o negrinho de seu Heleno, resolveu temperar o próprio prato e assim o fez. Começou gravar as próprias composições e com seu talento incomum ultrapassou fronteiras, quebrou barreiras e tabus e tornou-se conhecido internacionalmente também como intérprete.
          Tendo contado sempre em suas andanças com a sombra eterna do seu mais íntimo parceiro, o violão. Inspirado em mestres como Luiz Gonzaga e Jackson do Pandeiro, segue Maciel estrada a fora deixando sempre para traz nuvens de poeira que se encarregam de preservarem seus rastros de cantador e andarilho.
          Seu sotaque de homem da roça e de família pobre, que encontrou no talento e na perseverança a maneira mais fácil de driblar as dificuldades e vencer o “desafio das léguas” como ele próprio diz em um trecho de uma das suas poesias.
          O livro lançado recentemente vem mostrar a outra face do caboclo sonhador que vê a cada dia que se passa, seu sonho tornar-se realidade. Pelos relevantes serviços prestados à boa música, Maciel tem sido homenageado constantemente e merecidamente por canais de televisão e emissoras de rádio que sabem da importância do artista para com os veículos de comunicação.
          Fico feliz em fazer parte do rol de amigos deste grande artista que ainda deixará muitos véus de poeira para traz, palmilhará muitas léguas de estrada e inspirará muitos artistas jovens que veem na sua canção o adubo essencial para o fortalecimento de muitas hortas musicais, que continuarão dando frutos saudáveis e recomendados no cardápio do dia a dia das pessoas.

          Viva a poesia, viva a boa música, viva Maciel Melo.

Maciel Melo é assim,
Produz poesia pura,
Seu verso tem a doçura,
Da calda do alfenim,
Cheiro de terra molhada,
A casca da manga espada,
Picada por bem-te-vi,
Esse é nosso cantador,
O caboclo sonhador,
Orgulho de Iguaracy.

Diomedes Mariano (Dió) é escritor



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