Artigo de Chico Miguel.
Neste momento cruciante da nossa vida civil e política, econômica e
patriótica, somos submetidos às penas de prisão domiciliar, sem ter cometido
nenhum crime, como vimos recentemente no Espírito Santo. E a população que se
arriscava a sair à rua pra comprar alimentos ou remédios, entre outras coisas
urgentes - como enterrar seus mortos – foi duramente, covardemente atacada por
centenas de terroristas, por causa da greve dos militares que resolveram, em
conluio com as mulheres respectivas, não saírem dos quartéis e, a mando dos
superiores, cruzarem os braços. Todos nós vimos, horrorizados, pela internete,
redes sociais e tevês, o flagelo da capital e de outras cidades serem ao mesmo
tempo atacadas por desordeiros – por ordem de quem? - assaltando, fechando
lojas e fábricas e matando os cidadãos que tiveram a desventura de serem mortos
ou baleados e sem hospitais nem equipes de socorro que os atendessem.
Justamente porque todos estavam no mesmo barco: sem terem a quem apelar, salvo
a Deus.
Se uma classe se volta contra a sociedade, isto se chama rebelião, não
importa que declare ser para reivindicar direitos seus. Conforme está escrito
na Constituição, os militares não podem fazer greve, muito menos se voltarem
contra a sociedade. Pior é que colocaram suas famílias como escudo, entre os
quartéis e a população. Situação bastante aflitiva para o Brasil. Todos nós
sofremos e lamentamos a morte de cerca de 140 pessoas, no mês, em poucos dias.
Ainda se fala, de certa forma, com grande pena, dos massacres nos presídios
brasileiros - o mais recente acontecido no Rio Grande do Norte. Por conta da
droga, do crime organizado, das brigas entre facções adotadas pelos próprios
residentes dos presídios. Se comparada uma situação com a outra, é mais grave o
que aconteceu no Espírito Santo.
Chegamos à anarquia, ao começo da guerra civil de que tenho falado nos
últimos artigos. Caminhamos pra ela. Vinha sendo sutilmente encenada pelos
terroristas do MST, com apoio do governo que caiu e do líder maior do partido
do poder, tudo em consonância com os barões da droga, PCC e outros partidos de
tiranos e carniceiros que têm por lema, descaradamente: “TÁ TUDO DOMINADO”.
Nós, cidadãos, defensores dos direitos humanos no seu verdadeiro
sentido, somos os prisioneiros do nosso lar. Sem direito à defesa própria por
uma arma. E, pior, sem a proteção das forças policiais que deveriam cumprir seu
dever de guardar a sociedade contra os malfeitores. A gente não pode, como
cristão, querer vingança contra eles, a menos que seja rigorosamente dentro da
lei, da Constituição, que eles mesmo violaram de propósito, arrimados nas armas
e na força que têm – que é outorgada por nós – e em ideologias alienígenas que
trabalham contra tudo o que aprenderam no quartel: Amar o Brasil. Como se uma
classe fosse o Brasil, um sindicato fosse o Brasil. Como as questões salariais
pudessem ser resolvidas a ferro e fogo. Queremos o rigoroso cumprimento da lei
diante de todos os implicados, inclusive as mulheres que lhes serviram de
escudo. É preciso que os nossos governos mostrem quem são criminosos e merecem
cumprir penas, tornando-se inimigos da sociedade. De acordo com o crime de cada
um, a justiça deve legalmente puni-los. Não deixar brecha para que outras
rebeliões aconteçam. Se assim não for, chegaremos ao fim da picada: seremos
mortos, prisioneiros deles ou fugiremos como emigrantes, expatriados, etc.
Diante dessa situação, já exposta em toda a imprensa brasileira, me vem
à lembrança uma frase infeliz, não me lembro de qual autor, para dizer que ele
foi muito infeliz colocando-a na testada de uma obra: “O melhor do Brasil é o
brasileiro”. Se tivesse pensado mais teria dito como eu digo agora: “O MELHOR
DO BRASIL É O BRASILEIRO QUE FOI EMBORA”. Sou crítico na prosa e na poesia.
Assim, transcrevo um poema que fiz com o título SER BRASILEIRO: - “Quero ser
brasileiro / me procuro no campo / de futebol e na pista de automóvel, / estou
aqui, ali, acolá, além de lá, / mas não sou Deus nem diabo, / como o pão que
ele amassou. / Sou vadio, não faço nada, / só samba e carnaval. / Samba, ora
samba? / Carnaval, ora carnaval? / Eu queria encontrar-me brasileiro / na cor,
no amor, na paixão. / No trabalho, neste não. / Brasileiro em todo lugar, / de
todas as formas, / sem caráter nenhum.
// Corri mundo e não encontro: / Europa,
Oceania e África, / Ilhas do Pacífico e Ásia, fui até o Himalaia / e não
encontrei Brasil nem brasileiro.
// Disseram que ele se chama Washington, / foi
pra América falar, inglês / e nunca voltará. // Como é difícil ser brasileiro!”
Sou de uma época em que o nacionalismo predominava. A gente lia “Porque
me ufano do meu país”, do Visconde de Ouro Preto. A gente se postava na frente
do Colégio todos os dias de aula e cantava, com reverência, o Hino Nacional do
Brasil. A gente lia a “História do Brasil”, de Rocha Pomba, onde, entre datas e
textos dos acontecimentos mais importantes, via as figuras dos que fizeram o
Brasil. Hoje voga o internacionalismo da moeda, dos bancos, do movimento
financeiro, comércio e indústria mundiais, importando com tudo isto suas modas,
seus cantores e ritmos, seu filmes dos bons aos mais estapafúrdios. Que fazer?
Pegando uma carona em “O livro dos
valores”, do Des. Francisco Meton, pg.113, o que lemos e aprovamos, por ser
também o nosso pensamento: “Aqui (noBrasil) a raça não se distingue pela
persistência de uma virtude conservadora. Não há um fundo moral comum. Posso
acrescentar mesmo que não há dois brasileiros iguais. Sobre cada um de nós
seria fútil erguer o quadro de virtudes e defeitos da comunhão. Onde está,
mudando de ponto de vista, a nossa virtude social? Nem mesmo a bravura, que é a
mais rudimentar e instintiva, nós a temos com equilíbrio e constância, e de um
modo superior. A valentia aqui é um impulso nervoso. Veja as nossas guerras, de
quanta cobardia nos enchem a lembrança!… Houve um tempo em que se proclamava a
nossa piedade, a nossa bondade. Coletivamente, como nação, somos tão maus, tão
histericamente, inutilmente maus!...” Embora seja uma citação retirada do livro
“Canaã”, de Graça Aranha (diálogo entre Maciel e Milkau, personagens do livro),
para o escritor Francisco Meton é aceitável a análise sobre o povo brasileiro.
Assim, para nosso exame, são dois autores com a mesma interpretação. Um povo
prisioneiro dos maus é um povo fraco, sem iniciativa, de débil caráter, sem
patriotismo, sem futuro. O BRASIL NÃO É UM PAÍS DO FUTURO!
Tem inúmeras postagens no blog e dispensa maiores apresentações. Ver textos de autoria do nosso grande poeta, clicando nos links em destaque, a seguir. (Poesias), (Todos Nós Tivemos O Nosso Rio), (Francisco Miguel de Moura - Discurso), (Rosidelma Fraga, sobre Chico Miguel), (Uma Crônica de Natal), (Falando Francamente).
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